domingo, 22 de setembro de 2013
Cartas
Te escrevo cartas, dezenas delas, mas não termino nunca, nenhuma. Não sei colocar um ponto final, não sei dizer adeus, pelo menos não definitivamente. E ficam aqui guardadas, assim como as palavras que eu queria te dizer, ficam sem um fim, diferente de nós. Bem lá no fundo, lá no fundo mesmo, eu sei que não teria coragem de te enviar nenhuma delas, aí se acumulam em um canto do meu quarto, da mesma forma que a saudade que eu sinto se acumula no canto do meu peito. Penso as vezes, se alguma vez você também me escreveu, ou pensou, Ou guardou num canto do teu quarto uma saudade que nem sei se existiu. Mas não penso muito, só o suficiente para não te deixar sumir de vez de mim.
E quando penso muito, escrevo. Me alivia da falta que sinto de ti, preenche a tua ausência, não sempre, não por completo. É como se minha mão tomasse o lugar da minha boca, e o meu coração se abrisse sem medo de nada. Medo, talvez, só de não saber dar um ponto final nisso tudo.
Aí deixo tudo num canto do meu quarto, inclusive a saudade.
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